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Define-se a revisão de texto como as interferências no texto, visando a sua melhoria. Essas mudanças podem atingir palavras, frases ou parágrafos e ocorrem por cortes, inclusões, inversões ou deslocamentos. A pessoa encarregada desta tarefa é revisor de textos, cujo papel é verificar, com o editor da matéria, o orientador ou coautores, se há erros de ortografia, se a matéria está corretamente direcionada aos factos citados, entre outros. Tratando-se de um processo de autorrevisão, as mudanças são feitas pelo próprio autor sem a ajuda de um colega ou do revisor.
O revisor exerce uma função essencial na preparação de textos para a circulação pública. Embora muitas vezes a ocupação seja identificada com as áreas de Jornalismo e Edição, a revisão é parte do processo de elaboração de qualquer produto final que utilize linguagem verbal (jornal, revista, livro, publicidade, encartes de CDs e DVDs, embalagens de produtos...), bem como na finalização de trabalhos académicos. No entanto, muitas empresas reduziram ou mesmo eliminaram as equipas de revisores após a introdução da informática nas redações. A revolução tecnológica verificada nos últimos anos não conseguiu substituir, através das suas inovações informáticas, a leitura humana e subjetiva. A análise de documentos exige uma adaptação ao contexto específico de cada trabalho e uma validação de regras linguísticas complexas. Uma máquina ou um software não tem ainda competências para tal. Também é raro que as instituições de ensino e pesquisa estejam dotadas de revisores de textos, embora a contratação desse serviço seja comum na academia.
É recorrente a ideia equivocada de que a revisão de textos se restringe à correção de aspectos gramaticais. A revisão vai muito além da simples correção, pois a coerência interna e externa do texto devem ser observadas. Entende-se como coerência interna a adequação da língua ao gênero textual. O texto literário, por exemplo, não poderá ser revisado com os mesmos critérios utilizados na revisão de um texto acadêmico, e mesmo dentro de cada um desses gêneros existem usos específicos que identificam diferentes comunidades de escrita. Vinculada à coerência interna, há o princípio da não-contradição, que consiste em se evitar afirmações que se contradigam ao longo do texto. Como coerência externa, entende-se a relação do conteúdo do texto com a realidade extratextual. Por exemplo, o uso de conceitos, no interior do texto, que não se compatibilizem com determinada realidade constitui um rompimento da coerência externa.
Idealmente, qualquer texto destinado à circulação pública deveria ser submetido a diversas fases de revisão; as primeiras e a última pelo próprio autor, mas outras pessoas devem rever o trabalho para que os diversos tipos de problemas sejam reduzidos ao mínimo.
O autor, devido à sua familiaridade com o assunto e proximidade ao texto, ou mesmo por incompleto domínio da linguagem escrita, comete quase sempre lapsos e equívocos que ele próprio não identifica em sucessivas leituras do seu trabalho. Mesmo os orientadores acadêmicos, formalmente responsáveis pelo acompanhamento da produção, pelos mesmos motivos, estão sujeitos a tais enganos e lapsos.
Os revisores profissionais trabalham melhor se o texto lhes for entregue “pronto”, inteiro, de forma que, depois de revisado, não sofra mais modificações que não sejam aquelas apontadas durante o tratamento editorial. A interlocução entre revisores e autores é necessária para garantir que suas intenções e ideias sejam corretamente interpretadas, sendo, portanto, parte constitutiva desse processo.